O projeto do Shaman Restobar reúne inspirações na cultura peruana e no xamanismo. O desafio foi unificá-las dentro de uma proposta funcional e harmônica, com a necessidade de fugir dos padrões de restaurantes temáticos.

Não foi o primeiro projeto de restaurante concebido pela arquiteta Georgia Gamborgi, de Chapecó. Porém, provavelmente foi o mais desafiador. Afinal, exigia unificar elementos que representassem a cultura peruana e também o xamanismo – antiga prática espiritual, médica e filosófica. A questão é que tudo precisava ter referências sutis, dentro de uma proposta decorativa harmônica e funcional. “Tinha de ficar longe dos clichês”, lembra Georgia.
Essa premissa começa a ser mostrada logo na entrada. Os elementos empregados no ambiente remetem ao litoral peruano, trazendo aos convidados a sensação de estar na costa do país. Na área do bar, com vista para os convidados verem e serem vistos, as mesas são emolduradas pela vegetação tropical e pelas paredes de gabião, elemento em destaque no estabelecimento.
A fachada também se evidencia. Afinal, tem uma homenagem ao fotógrafo peruano Martin Chambi, através do grafite de uma de suas fotos mais premiadas. A imagem expressiva está ao longo de toda a altura da estrutura de concreto aparente – onde as formas de madeira trançam o relevo.
O salão principal traz nos ambientes materiais da serra e da selva peruana de uma forma sofisticada. A Amazônia, que ocupa parte do território peruano, surge em uma parede verde tropical, somada a um trabalho manual feito com barro em suas diversas nuances.
Nos banheiros, a valorização do trabalho manual e os materiais em sua forma natural são enaltecidos. Georgia especificou vasos de barro artesanais, pintados com espécies de pássaros, que assumem o lugar das cubas, ressaltando as torneiras em cobre. Na busca da originalidade de todos os materiais aplicados, os forros dos banheiros foram executados com lona retroiluminada estampada para causar um efeito cenográfico.
Em todo o projeto, os itens selecionados seguiram o pedido do proprietário por autenticidade. “Onde há pedra, é pedra de verdade, e não uma simulação”, destaca Georgia. Nesse contexto, a arte foi valorizada. Há uma galeria dentro do Shaman, aberta aos talentos locais e de diversas outras regiões, onde é possível expor e divulgar seus trabalhos. É assim que o projeto intensifica sua conexão com a cidade, enquanto mostra ambientes refinados e uma culinária de alto nível.
Projeto: Georgia Gamborgi ::: Fotos: Fernando Navarro
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