Conexão preciosa: entrevista com Studio Opala
É preciosa a conexão entre as arquitetas Paula Costa e Daiana Rubio, do Studio Opala, de Joinville. E de certa forma, é rara. Elas se conheceram na adolescência, sonharam juntas com a faculdade de Arquitetura e agora trabalham numa sintonia de orquestra sinfônica.
Mesmo que cada uma toque num ritmo próprio, sai música boa. Paula é uma teimosa confessa, mas é detalhista a ponto de renderizar a mesma imagem 10 vezes até chegar ao resultado desejado. Daiana, por sua vez, é uma esquecida convicta, dona de um gosto natural para o que é bom, e uma gargalhada que levanta a equipe inteira do escritório. No fim das contas, elas se completam, nas qualidades e nos defeitos.
A dupla também é dura feito pedra, e foi o caminho até aqui que as fez assim. Quando passaram no vestibular, perceberam que não teriam como bancar a faculdade de arquitetura. Foi então que, juntas, foram pedir um aumento de salário na loja de decorações em que trabalhavam. E conseguiram. Alcançaram também um desconto de 30% nas mensalidades. Foi o suficiente. “A gente não tinha pais que pudessem bancar a faculdade. O único jeito de concretizar o nosso sonho era trabalhando”, diz Paula, com os olhos cheios d’água.

Um ano antes de se formarem, já projetavam juntas. E de lá pra cá, o crescimento foi meteórico. Há dez anos, nem imaginavam que hoje estariam com quase 20 projetos em andamento no estado e quase 200 já executados. Atualmente, o escritório está localizado em zona nobre de Joinville, e elas já contam com a colaboração de mais dois profissionais. O mercado já as conhece e confia nelas.

DAS ANTIGAS
Elas se dizem de outra geração, apesar de estarem na casa dos trinta – 36 anos para Paula, 38 para Daiana. Mesmo que se orgulhem das idades que têm, confessam que penaram pra acompanhar a evolução tecnológica e se adequar às novas formas de se comunicar.
“Tudo agora é rede social, e a gente teve que absorver isso. Contratamos até uma agência de publicidade para nos ajudar e estamos bem abertas às novidades, mas a gente é das antigas”,
conclui Daiana, que termina a frase com mais uma gargalhada deliciosa.

Antigas ou atualizadas, elas querem ser diversas, como são as cores refletidas pela opala, a pedra preciosa oficial da Austrália. Por isso, não se cansam de estudar as possibilidades de utilização de novos materiais, experimentar novas formas de projetar, e sempre captar ao máximo o que o cliente tem de bagagem. “Todo projeto que conquistamos é um novo desafio, uma nova experiência e um novo orgulho”.
Para os próximos anos, elas prometem continuar o processo próprio de lapidação, sem perder certas características – mesmo que brutas – que marcam a personalidade de cada uma. Afinal de contas, cada opala tem seu desenho único.
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