Solidez, tranquilidade e elegância marcam a cor azul, a tonalidade escolhida pela Pantone para 2020.
No cinema, o azul é a cor mais quente. Na música, está eternizado na voz de grandes intérpretes, de Tim Maia a Djavan. Mas é na decoração que a cor do céu e do mar se materializa em sua forma mais pura, transmitindo sensações capazes de mudar humores e relações – no caso do azul, uma tonalidade leve e atemporal, uma mudança positiva.

Para 2020, a Pantone escolheu o Classic Blue, a cor primária que inspira calma, confiança e conectividade, como a cor do ano – uma definição que influencia significativamente a moda, a arquitetura e o design. “O Classic Blue aumenta nossa aspiração por uma base sólida e estável sobre a qual construir, ao entrar no limiar de uma nova era”, explica Leatrice Eiseman, diretora executiva do Pantone Color Institute.
Tradicional e resistente, o Classic Blue é elegante em sua simplicidade. Identificada pelo cérebro como uma cor tranquila, a tonalidade traz paz e serenidade, oferecendo uma sensação de proteção e impactando na concentração e no equilíbrio dos pensamentos.

Na arquitetura e no design de interiores, a matiz já aparece nas composições – afinal, é uma tonalidade primária que ultrapassa quaisquer modismos. Com a escolha da Pantone, as nuances azuis devem aparecer ainda mais – esbanjando toda a sua elegância.
Para chegar à definição da cor de 2020, a Pantone criou uma linha do tempo com as tonalidades que levaram a esse momento. O Classic Blue é uma evolução natural das cores dos últimos anos: Greenery, Ultra Violet e Living Coral, que dominaram a indústria nas temporadas recentes. A cor azul marca ainda a volta das cores primárias em contraponto aos tons pastéis, tanto na moda quanto na decoração.

Além de paredes e objetos decorativos, o Classic Blue é explorado com frequência em projetos de marcenaria, especialmente em cozinhas – ambientes que exigem estabilidade. De autoria de Bruno Carvalho, esta cozinha traz o azul como protagonista. A tonalidade, que é a cor preferida do cliente, dá vida à na marcenaria, ao revestimento das paredes e ao piso.

Para a Pantone, o projeto da cor do ano educa em diferentes escalas – da indústria aos consumidores – sobre o poder das cores, além de promover uma reflexão sobre o que vestir, por exemplo, e sobre como essas escolhas aparentemente simples influenciam nas suas vidas. Assim, da cor da parede ao look para o trabalho, a consciência de que a cor afeta de maneira multissensorial confere a cada um o poder de explorar não só o azul, mas todas as outras cores. “Ao intensificar o poder do Classic Blue dentro de uma experiência com os cinco sentidos, atingimos uma maior diversidade de pessoas, oferecendo a todos a oportunidade de se envolver com a tonalidade de uma forma única”, argumenta a diretora da Pantone.
UM CONTRAPONTO
Em um mundo marcado pela presença do universo digital no cotidiano, o Classic Blue surge de maneira antagônica, simbolizando paz e tranquilidade. Ao intensificar o poder do azul dentro de uma experiência multissensorial, a Pantone atinge um grande número de pessoas, tamanha a sua influência no mercado. “Cada um dos cinco sentidos oferece uma informação diferente: visão, olfato, audição, paladar e toque. Experiências que conectam todos os nossos diversos inputs sensoriais nos ajudam a nos conectar com nós mesmos, com os outros e com o nosso mundo físico em torno de nós; desenvolver novas associações, fortalecer a experiência, aprofundar a conexão e intensificar a memória”, explica Leatrice. Nesse sentido, o azul é o norte para uma vida menos conectada – ou melhor, conectada ao que realmente importa.
Esta sala de TV assinada pela arquiteta Roberta Banqueri cria um atmosfera de total relaxamento. A cor foi uma solução para o principal desafio da proposta: a falta de sacada. A moradora, praticante de yoga, meditação e esportes, precisava de um espaço para as suas atividades físicas e de contemplação. Para o local, nada mais perfeito do que as sensações promovidas pela nuance.
O azul surge nas paredes, no tapete e no sofá para a criação do oásis particular. A tonalidade é explorada em sua totalidade, até mesmo, nos detalhes na bicicleta, que acompanha a moradora nos treinos para competições de triatlo das quais participa.

No círculo cromático, o azul é oposto ao laranja – uma cor quente. Para equilibrar a potência do azul com elementos naturais, a madeira pode ser explorada para a criação de um contraste com a cor do ano. No projeto do Studio AG, a marcenaria é marcada pela harmonia da composição entre os tons amadeirados e aconchegantes da madeira e a elegância do azul.

Presente em abundância na natureza, a cor azul dificilmente fica over na decoração. Por isso, pode ser usada em diferentes elementos do décor sem perder a sofisticação. Para quem deseja incluir a cor do ano na decoração de um jeito seguro, porém explorando todos os benefícios do Classic Blue, móveis soltos e objetos decorativos pontuais são opções interessantes.

Com uma leitura mais ousada, a tonalidade pode estar presente em revestimentos, paredes, pisos e na marcenaria. Nesse tipo de composição, a cor se torna protagonista, fazendo jus ao seu status de cor do ano, como no projeto dos arquitetos Mike Hoffmann e Lia Herrmann para a CASACOR Santa Catarina 2019.

A força da natureza que une extremos, como a lava e a água, inspirou a equipe criativa da Portobello a experimentar outros movimentos para transformar a matéria. A linha Magma Rock reproduz o basalto da região do monte Vesúvio próximo a Nápoles. A partir de cortes paralelos e transversais aos veios, diversas texturas são reveladas no porcelanato – uma experiência com pigmentos coloridos interpretando artisticamente a fusão da lava fez surgir uma ousada proposta de decoração. O esmalte em tons intensos de azul em superfície com brilho atualiza as opções cromáticas para o design de interiores.
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